DIÁLOGOS COM A MENTE
O problema das doenças de saúde mental é que são invisíveis. Não temos uma ferida física para mostrar ao mundo, temos uma grande ferida interior que nos rasga todo o ser.
Foi dessa fase que resultou a primeira parte deste livro, Reflexões de dentro da caixa, (…). A maioria dos poemas foram escritos em momentos em que me sentia desabar e não sabia mais o que fazer a não ser continuar a tentar resolver-me pela escrita.
A segunda parte deste livro, A futilidade da libertação (…) foi a fase em que decidi que ia recuperar e que ia finalmente sentir-me leve. No entanto, instalou-se um paradoxo em mim, (que na verdade sempre esteve presente): sem a minha dor de pensar, sem desconstruir permanentemente tudo o que me acontece e me rodeia, sem me sentir diferente dos demais, comecei a sentir-me vazia e fútil, comecei a sentir-me distante de mim. (…).
A terceira parte deste livro, Meditações sobre o fim e o início coincide com a fase em que finalmente pedi ajuda psicológica e psiquiátrica e tentei ir à raiz de todos os meus problemas. No final fica sempre tudo bem.
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Se voo livre pelo céu
Bebo as emoções que pairam no ar
Mas, se voo livre pelo céu
Não ando na terra
Se ando na Terra
Não me perco em mim mesma, (ou perco?)
Mas, se ando na Terra
Os meus pés deixam de me pertencer,
(ou sou eu que os prendo?)